(uma outra) construção do livro
30 OUTUBRO > 17H00 I GRANDE AUDITÓRIO
Criação, reedição e releitura visual na feitura de três livros de design: Impresso no Brasil (2009); O gráfico amador (2014) e Aniki Bóbó (2016)
– obras em que a história material da cultura, o design e a literatura brasileira estão fortemente em comunicação e trazem três modos distintos de publicar e produzir conhecimento.
Podemos construir um livro de diversas formas. Como autor, como leitor, como designer e como editor-pesquisador. A partir dos princípios básicos de edição de um livro de design, em que imagens e pesquisa são fundamentais, abordaremos as diferenças e particularidades presentes na feitura de uma obra em que a edição e a arte tornam-se parte significativa.
Nossa análise tem como foco os livros Impresso no Brasil (2009) prêmio Museu da Casa Brasileira e O gráfico amador (2014) prêmio Jabuti e Museu da Casa Brasileira. Estas duas obras integram a exposição do MUDE
‘Como Se Pronuncia Design em Português: Brasil Hoje’, patente até 31.12.2017 no Palácio da Calheta, Jardim Botânico Tropical.
A par destes dois será ainda abordado o livro Aniki Bóbó (2016), finalista do prêmio Jabuti (resultado em novembro de 2017). Nestas três obras a história material da cultura, o design e a literatura brasileira estão fortemente em comunicação e trazem três modos distintos de publicar e produzir conhecimento.
Impresso no Brasil (org. Rafael Cardoso) reuniu cerca de 300 imagens desconhecidas (até então) da história material da impressão no Brasil de 1808-1930. O gráfico amador (org. Guilherme da Cunha Lima) é uma reedição da obra que trouxe os experimentos gráficos e editorais de um grupo de designers e escritores de Recife, Pernambuco, no final dos anos de 1950, liderados por Aloisio Magalhães. Aniki Bóbó, de João Cabral de Melo Neto e Aloisio Magalhães (org. Valéria Lamego) é uma obra criada a partir de um livro esquecido que teve em 1958 apenas 30 exemplares.
Tendo essas obras como ponto de partida, traremos as questões do que pode ser criar, reeditar e reler. Serão discutidos os princípios usados na edição e reedição desses livros e do desafio de um editor e do autor frente a esses três projetos de publicações ilustradas de design. Antes faremos uma breve história da construção do livro no Brasil e discorreremos sobre o conteúdo de cada obra apresentada.
Nota biográfica curta
Doutora em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, editora, e coordenadora da Verso Brasil Editora.
É autora de A farpa na lira: Cecília Meireles na Revolução de 30 (Record, 1996); organizadora de A correspondência entre Monteiro Lobato e Lima Barreto (Verso Brasil, 2017); Aniki Bóbó de João Cabral de Melo Neto e Aloisio Magalhães, finalista do 59º Prêmio Jabuti na categoria Projeto Gráfico (Verso Brasil, 2016); Contos da ilha e do continente de Lúcio Cardoso (Civilização Brasileira, 2012) e da Obra em prosa de Cecília Meireles (Nova Fronteira, 1997). Em 2010 recebeu o Prêmio Funarte de Criação Literária com o inédito Crime na Noite. Editou, dentre outros, os livros O gráfico amador: origens da moderna tipografia brasileira, (57º Prêmio Jabuti de Projeto Gráfico, 2015 e Prêmio Museu da Casa Brasileira); Impresso no Brasil (1808-1930): destaques da história gráfica no acervo da Biblioteca Nacional (2009) (Primeio Museu da Casa Brasileira) e a coleção Cadernos de Samba (2012 a 2015).Coordenou, dentre outros, os seminários “Laboratório do Escritor”, de 2006 a 2009 e “Múltiplos e Contemporâneos: a literatura.com”, em 2013. É autora de diversos artigos, dentre eles “Dois mil dias no deserto: Maria Helena Vieira da Silva no Rio de Janeiro (1940-1947)” (FASVS, Lisboa, 2014) e “O itinerário de uma cronista”, sobre a crônica em Cecília Meireles (Revista Poesia Sempre, Biblioteca Nacional/ 2000).