Lançamento do livro “Escultor Cidadão Cidadão Escultor”
12 NOVEMBRO > 17H00 I CLUBE RECREATIVO UNIÃO RAPOSENSE – ALMADA
Em 2011 formalizou-se uma parceria institucional entre a Autarquia de Almada e a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, com o objetivo de desenvolver experiências e modelos que estabelecessem novos enquadramentos operativos para a escultura enquanto prática social, baseados na reafirmação do papel da comunidade no reforço dos valores intrínsecos do Poder Local. Este projeto foi sendo delineado quando já se encontrava em fase de implementação um Programa Integrado de Regeneração Urbana (2008-2013), para uma área delimitada no território do antigo Plano Integrado de Almada (PIA) – agora denominado ‘Almada Poente’ – e significou para o Município um projeto enquadrado por uma nova visão estratégica do papel da Arte no planeamento territorial. Nesse programa integrado concretizou-se, entre outras ações, a criação de um ‘centro cívico’, — o lugar privilegiado para inserir um monumento — que regenerasse e requalificasse urbanisticamente um vazio urbano entre dois bairros vítimas de uma situação de abandono institucional – fruto do incumprimento do programa do PIA que vinha da década de 1970 – caracterizados hoje como uma malha urbana que reflete dificuldades de integração e coesão ao nível social e urbano.
Este monumento seria inicialmente programado através dos modelos tradicionais de encomenda pública; no entanto, a parceria estabelecida entre a Autarquia e a Universidade criou as condições para que o monumento a erigir se constituísse como um novo e arriscado desafio para a Vereação do Planeamento e Administração do Território: a vereação depositou no Centro de Arte Contemporânea da Câmara Municipal a responsabilidade de ensaiar um modelo de ‘encomenda participativa’ que haveria de romper com décadas de uma prática vinculada aos interesses do Município e do artista, e forneceu os meios financeiros e técnicos no terreno para que a investigação através da prática artística fosse desenvolvida no local com os seus residentes.
Este livro tem os contributos de Ana Isabel Ribeiro, Assunção Gato, Filipa Ramalhete, Mário Rainha Campos, e de Rogério Taveira.
Nesta sessão será apresentado pela primeira vez o vídeo documental de Rogério Taveira, — inserido na publicação através de um código QR — sobre o processo participativo do Monumento à Multiculturalidade em Almada.
Sérgio Vicente