A MENINA DO VESTIDO SALMÃO – Exposição de Maria Salgado
3 > 11 SETEMBRO I GALERIA FBAUL
Exposição de Maria Salgado
Curadoria de João Paulo Queiroz e Teresa Seabra
O projecto “A Menina do Vestido Salmão” tem vindo a ser desenvolvido pela artista desde 2011. O projecto começou por assumir a forma de um flipbook e foi sofrendo diversas mutações até chegar à forma que é agora apresentada.
O trabalho começou a ser desenvolvido na Escola Secundária Artística António Arroio, no entanto, foi durante a licenciatura em História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa que o projecto se foi desenvolvendo numa perspectiva mais conceptual e progressivamente chegando àquela que é hoje a sua forma final.
Foi na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa que o processo conceptual que tinha vindo a ser desenvolvido ganhou consistência e se transformou neste trabalho final exposto na Galeria da FBAUL.
“A Menina do Vestido Salmão” que começou como um flipbook, apresenta-se como uma série de 21 provas fotográficas a preto e branco coloridas a lápis de cor. Esta série trata-se de uma releitura de uma litografia colorida à mão da artista Paula Rego intitulada “O Vestido Salmão” (2001). Esta releitura da peça de Paula Rego pretende tocar outras questões, nomeadamente aquelas que são caras à fotografia. Ao combinar sobre o mesmo papel a técnica da fotografia e a técnica do desenho procurou-se criar um espaço de representação onde a convivência entre estas duas técnicas se faz pacificamente, não deixando esquecer as interrogações feitas sobre a inclusão da fotografia na História da Arte que se mostraram mais intensas no momento subsequente à invenção do médium e que hoje, naturalmente, já se encontram mais esbatidas.
“A Menina do Vestido Salmão” joga ainda com as particularidades dos médiums utilizados e conjuga a profundidade de campo oferecida pela fotografia com as zonas opacas e bidimensionais, onde a noção de volume quase se perde, que o lápis produz.
Por fim, esta série é ainda um trabalho do corpo onde se procurou abrir as possibilidades de movimentação e “adivinhar” os entretantos.
Maria Salgado