Arte
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a materialidade dos modernismos — lll conferência internacional do Centro de Estudos do Modernismo Europeu lisboa
Jul 01 2022CHAMADA DE ARTIGOS ATÉ 31 AGOSTO 2022
15 > 17 DEZEMBRO 2022 I COLÉGIO ALMADA NEGREIROS, FCSH – UNL
O Centro de Estudos do Modernismo Europeu é um centro de pesquisa da Universidade cujo objetivo é investigar o Modernismo sob as múltiplas camadas do termo, como pontos de vista artísticos, literários e históricos.
CHAMADA DE ARTIGOS
Envie a sua proposta para: cems2022.lisbon@gmail.com .
As propostas de resumos devem ser em inglês (máximo de 300 palavras) para artigos de 20 minutos, seguidas de uma breve nota biográfica (máximo de 150 palavras).
Novo prazo: 31 de agosto de 2022 Todas as propostas serão revisadas por pares. As aprovações serão anunciadas em setembro.
Taxa de inscrição : 70 euros por pessoa (almoço e coffee break de três dias incluídos). Os trabalhos selecionados serão publicados em um volume pós-conferência. Mais detalhes serão dados no final da Conferência.
Introdução à Ilustração Científica — inscrições abertas
Jul 01 2022
© Lúcia Antunes
11 > 22 JULHO 2022 I SALA 3.63
Estão abertas as INSCRIÇÕES até 08 de Julho de 2022, para o curso “Introdução à Ilustração Científica”, a realizar na Faculdade de de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Coordenadora: Isabel Ritto
Horário
11 a 22 de Julho
sessão 1 – 11 Julho
sessão 2 – 15 de Julho
sessão 3 – 22 de Julho
Horário: 15h – 18h
Duração total
12 horas / 3 sessões
Sala: 3.63
Público-Alvo
Público adulto, com formação ou frequência de ensino superior, interessado em desenho de natureza, de história natural, comunicação para a ciência.
Descrição
Pretende-se fazer uma abordagem global e introdutória à ilustração científica e o seu papel na comunicação visual de factos e conceitos das diversas áreas da Ciência. Abordando-se as metodologias, estudos preliminares, desenvolvimento técnico com exemplos e discussão.
Objetivos gerais
O desenho e o domínio técnico de diferentes tecnologias analógicas a preto e branco e a cor, constituem a base prática a partir da qual se faz uma abordagem à comunicação em ciência tendo em conta o universo científico e o rigor que lhe está associado.
Em termos práticos procura-se a abordagem a uma técnica de forma controlada, no sentido de permitir uma representação planificada e rigorosa de um modelo. Cada participante deverá entender as bases da linguagem científica, e estar preparado para interpretar, planificar e resolver um projeto de ilustração científica sobre determinado tema (essencialmente no domínio da História Natural), em determinado formato e para determinado público.
Pretende-se dar as ferramentas para o desenvolvimento de uma ilustração científica (técnica de grafite) com acompanhamento até à sua finalização.
Inscrição
A inscrição é obrigatória.
Valor da inscrição: 79€ (setenta e nove euros). Este valor inclui parte do material necessário.
Os alunos deverão trazer para o curso:
Afia-lápis de metal simples;
Borracha branca
Fita-cola de papel
INSCRIÇÃO ATÉ AO DIA 8 DE JULHO AQUI.
Termo de responsabilidade
- As vagas (até se atingir o número limite ou acabar o prazo de inscrição) só ficam garantidas depois de efetuado o pagamento da propina.
- Caso se verifique um número de inscritos superior ao total de vagas fixado, a Faculdade procederá à admissão dos candidatos por ordem de formalização da inscrição.
- Caso não se verifique o número mínimo de inscritos, a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa não se responsabiliza pela não realização do curso e entrará em contacto, através de mensagem de correio eletrónico, com os alunos inscritos para reembolso da propina.
- Em caso de desistência por parte do aluno, a Faculdade de Belas-Artes reserva-se ao direito de não proceder à devolução do valor da inscrição.
A FBA na exposição: Veloso Salgado De Lisbonne à Wissant, itinéraire d’un peintre portugais | Musée Boulogne-sur-Mer
Jul 01 20222 JULHO > 4 DEZEMBRO 2022 | Château comtal Musée de Boulogne-sur-Mer, Boulogne-sur-Mer, França
No âmbito da Temporada Portugal-França 2022, a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, participa na exposição temporária: “Veloso Salgado De Lisbonne à Wissant, itinéraire d’un peintre portugais”, com a cedência de duas pinturas da autoria de Veloso Salgado, que pertencem à Coleção de Pintura desta faculdade.
As obras cedidas são um “Auto-retrato”, de 1931 e a pintura “Família de Caim”, realizado por Veloso Salgado em Paris, em 1891.
“Cette exposition est la première consacrée en France au peintre portugais Veloso Salgado (1864-1945). Artiste de premier plan au Portugal mais méconnu en France, Veloso Salgado est un pont entre les deux pays. Après de premières études à Lisbonne, il s’installe à Paris, voyage en Bretagne et séjourne sur la côte d’Opale, à Wissant, avant de retourner définitivement dans son pays. Alors professeur à l’École des Beaux-Arts de Lisbonne, il décore les grands monuments de la capitale : école de médecine, musée militaire, assemblée nationale, etc.
L’ exposition propose de suivre ses pas en France et de rencontrer ses amis artistes grâce à d’exceptionnels prêts du Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu Nacional Soares dos Reis, Museu Nacional Machado de Castro, Casa-Museu Anastácio Gonçalves, Câmara Municipal do Porto, Casa-Museu Teixeira Lopes, Museu José Malhoa, Museu da Marinha, Museu Medeiros e Almeida, Faculdade de Belas-Artes Universidade de Lisboa.
Un ensemble de peintures offertes à Veloso Salgado par ses amis peintres de Wissant (Virginie Demont-Breton, Adrien Demont, Fernand Stiévenart…) sera notamment présenté pour la première fois en France. Ils rejoindront les portraits d’Adrien Demont et de Virginie Demont-Breton, les plus beaux portraits réalisés par Veloso Salgado, offerts par l’artiste à ceux qui ont été ses amis jusqu’à la fin de sa vie.”
In: https://saisonfranceportugal.com/evenement/veloso-salgado-de-lisbonne-a-wissant/
Musée Boulogne-sur-Mer: http://musee.ville-boulogne-sur-mer.fr/
Comissariado científico:
Maria de Aires Silveira – Conservadora, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa, Portugal
Elikya Kandot – Conservadora do património – Diretora dos Museus, Cidade de Boulogne-sur-Mer, França
Michel Gutierrez – Aluno-conservador, Instituto Nacional do Património, França
“Portugal está a realizar com França uma Temporada de eventos conjuntos e cruzados para aprofundar o relacionamento institucional e, sobretudo, para dinamizar as relações entre os dois países, em áreas-chave, perspetivando continuidade e desenvolvimento futuros.
A Temporada Portugal-França 2022 decorre simultaneamente nos dois países a partir de 12 de fevereiro de 2022. Através de mais de 200 eventos, a Temporada Portugal-França pretende destacar as numerosas colaborações entre artistas, investigadores, intelectuais, estudantes e empresários, entre as nossas cidades e regiões, entre as nossas instituições culturais, as nossas universidades, as nossas escolas e as nossas associações: iniciativas que ligam de forma profunda e sustentável os nossos territórios e contribuem para a construção europeia.” – https://temporadaportugalfranca.pt/
urban creativity
Jul 01 202206 > 09 JULHO I FBAUL
Conferência de 7 a 9 de Julho
Auditório da Faculdade de Belas Artes de Lisboa (e remoto)
Atividades 6 a 9 de Julho
DXD Open (Auditório Lagoa Henriques)
Meeting of Styles Lisboa Warm UP (Calçada da Glória)
LIMINAL é o tema do ano de 2022. Liminaridade é a qualidade de ambiguidade ou desorientação que ocorre no estágio intermediário de um rito de passagem, quando os participantes não mantêm seu status pré-ritual, mas ainda não começaram a transição para o status que terão quando o rito estiver completo. Termos como abandono e ruína exemplificam uma presença com liminaridade, como um fenômeno que se dispersa gradualmente na placidez progressiva de um cenário urbano. Evidentemente não se pode descuidar do contexto adverso de incerteza pós-pandemia e das múltiplas crises nacionais e internacionais da atualidade.
A conferência pela primeira vez assume-se em formato híbrido com a participação de aproximadamente 20 oradores localmente e 20 remotamente. Como habitual assume-se como um evento referência, vincadamente internacional, com participação de especialistas de mais de 22 nacionalidades.
De destacar a participação local de Anton Polsky, académico e criador de Moscovo, que apresentará de viva voz uma reflexão crítica sobre “Street Art durante a invasão Russa à Ucrânia”.
Temos o gosto de incluir na nossa programação as apresentações de fim de curso de pós-graduação DXD Open e de realizar em simultâneo intervenções plásticas na Calçada da Glória, atividade resultante de chamada de trabalhos internacional para o efeito em articulação com o reconhecido evento internacional Meeting of Styles.
Por fim é importante referir que Urban Creativity é um evento associado a uma crescente atividade de publicação, 5 Revistas Científicas, e diversas monografias anuais.
Link geral: https://www.urbancreativity.org/
Revistas cientificas: https://journals.ap2.pt/
Equipa:
Pedro Soares Neves – Executive direction UC/AP2
Monica Mongelli – Project Manager (Erasmus+ Traineeship)
Vêronique Van Grieken – YYCS – Yes You Can Spray
Rafael Mooza – MOS – Meeting of Styles Portugal
Samantha Almeida – MOS – Meeting of Styles Portugal
Contacto: info@urbancreativity.org
Urban Creativity Conferência e Atividades,
9º edição, 2022 realiza-se com o apoio de:
FBAUL – Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa
CIEBA – Centro de Investigação e Estudos de Belas Artes
CML / GAU – Galeria de Arte Urbana
YYCS – Yes You Can Spray
MOS – Meeting of Styles Portugal
xCoAx 2022: 10th International Conference on Computation, Communication, Aesthetics and X
Jul 01 202206 > 08 JULY 2022 I CONVENTO SÃO FRANCISCO, COIMBRA, PORTUGAL
As Keynotes serão acessíveis ao público geral.
Winnie Soon (Universidade de Aarhus) falará sobre “Coding Otherwise for SOFTer Futures” na quinta-feira, 7 de Julho às 18:15, enquanto Andreas Brockmann (Universidade de Leuphana) apresentará “Technoscience – Domination – Resistance” na sexta-feira, 8 de Julho às 18:00.
Na noite de quinta-feira 7 de Julho, no Salão Brasil, a partir das 21:30, apresentaremos o Book of X, comemorativo do 10º aniversário da xCoAx, e desfrutaremos das performances da xCoAx 2022.
Encontramo-nos lá.
6º Colóquio Expressão Múltipla: chamada de trabalhos
Jul 01 202213 e 14 dezembro 2022 | GRANDE AUDITÓRIO DA FBAUL
Primeira chamada de trabalhos: Desenho Aplicado
DATA LIMITE: 3 de maio de 2022
Segunda Chamada de trabalhos: Teoria e Prática do Desenho
DATA LIMITE: 18 setembro de 2022
Este congresso visa proporcionar uma visão abrangente sobre a investigação na área do Desenho. Divide-se em duas chamadas de trabalho com vista a duas publicações anuais e a um colóquio/congresso.
A primeira chamada é dirigida ao Desenho Aplicado. Por Desenho aplicado entendem-se todas as vertentes em que o desenho é um elemento central, sendo, no entanto, concretizado com outros fins que não ele próprio. Assim áreas do desenho como as da concept art, ilustração, animação, desenho digital, realidade virtual, desenho de produção, entre outras, serão os maiores alvos nesta iniciativa. É por isso dirigida aos estudiosos que pretendam seguir, ou que já estejam a desenvolver trabalho nestas áreas, de maneira a permitir uma disseminação de experiência e de resultados.
A segunda chamada é dirigida à Teoria e Prática do Desenho num âmbito mais geral onde as suas relações com a arte e com os processos artísticos são investigadas.
O colóquio é dirigido sobretudo aos estudiosos que procuram desenvolver dissertações e teses na área do Desenho ou noutras que possam de alguma forma ampliar as discussões relativas a estas áreas de conhecimento. Pretende-se a disseminação das diversas experiências, metodologias e resultados. Aos interessados em participar convida-se à submissão de resumos relativos a comunicações orais a serem apresentadas no colóquio assim como os respetivos artigos atendendo à especificidade das chamadas de trabalhos.
Todos os resumos e artigos serão submetidos a uma revisão peer review. Os resumos aprovados serão impressos na ocasião do colóquio e os textos completos serão publicados online separadamente em duas revistas no Repositório da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
O colóquio, a ter lugar entre 13 e 14 de dezembro de 2022 no Grande Auditório da FBAUL, será composto por comunicações de 20 minutos e por um posterior momento para resposta a questões do público. Está prevista a abertura do colóquio/congresso com a presença de um ou dois keynotes.
Cada artigo recebido pelo secretariado é reenviado, sem referência ao autor, a dois ou mais membros da Comissão Científica, garantindo-se no processo o anonimato de ambas as partes (double-blind). No procedimento privilegia-se a distância geográfica entre a origem de autores e a dos revisores científicos.
Devido à situação causada pela pandemia poderão existir condicionantes para a realização presencial do colóquio. Assim a decisão quanto à natureza do colóquio – presencial, em vídeo-conferência ou mista – será tomada mais perto do evento.
CALENDÁRIO:
Primeira chamada de trabalhos: Desenho Aplicado
1ª Fase – Submissão de propostas: envio de resumos provisórios*
Até 3 de maio, data limite para o envio do resumo;
Até 10 de maio, notificação de pré-aceitação ou recusa.
2ª Fase – Envio de artigos completos*
Até 21 de junho envio do artigo para revisão;
Até 30 de junho, notificação de conformidade ou recusa.
Segunda Chamada de trabalhos: Teoria e Prática do Desenho
1ª Fase – Submissão de propostas: envio de resumos provisórios*
Até 18 setembro, data limite para o envio do resumo;
Até 25 setembro, notificação de pré-aceitação ou recusa.
2ª Fase – Envio de artigos completos*
Até 20 de novembro, envio do artigo para revisão;
Até 30 de novembro, notificação de conformidade ou recusa.
Informações sobre as comunicações orais
*Os resumos e artigos deverão ser enviados para expressaomultipla@gmail.com segundo a seguinte formatação:
Formato do Resumo
O resumo poderá ter até 2.000 carateres sem espaços e incluir uma ou duas ilustrações. Devem ser indicadas três palavras-chave.
Formato do Artigo
Cada artigo deverá ter entre 10000 e 15000 caracteres sem espaços referentes ao corpo do texto, isto é, sem contar com o título, resumo, palavras-chave, legendas e bibliografia. O documento deve ser enviado em formato word.
- Título: Fonte Times New Roman, tamanho 14, maiúsculas, negrito, centralizado.
- Afiliação: Nome do autor e respetivo centro de estudos. Times New Roman, tamanho 12.
- Resumo e palavras-chave: Times New Roman, até 600 caracteres sem contar com os espaços, tamanho 12, espaçamento simples, parágrafo justificado.
- Abstract e keywords: Em inglês, Times New Roman, até 600 caracteres sem contar com os espaços, tamanho 12, espaçamento simples, parágrafo justificado.
- Subtítulos: Fonte Times New Roman, negrito, tamanho 12.
- Corpo de texto: Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5. Parágrafo justificado.
- Legendas: Numeradas, Times New Roman, tamanho 10.
- Referências Bibliográficas: Devem seguir o Modelo APA ou NP 405. Fonte Times New Roman, tamanho 12 (APA), 10 (NP 405) espaçamento simples.
- Até 10 imagens: Inseridas no correr do texto, legendadas e referidas (atenção aos direitos de autor).
revista “convocarte” nº 14/15: arte e mobilidade: eppur si muove! / ART AND MOBILITY: Epur si muove! / ART ET MOBILITÉ: Epur si muove! — chamada de trabalhos
Jul 01 2022CANDIDATURAS DATA LIMITE 31 JULHO 2022
Candidaturas: convocarte.belasartes@gmail.com | INFO
Data limite de apresentação das candidaturas de textos: 31 julho 2022.
Arte e Mobilidade: Eppur si muove! [PT]
Eppur si muove ou E pur si muove, normalmente traduzido como «mas movimenta-se» ou «no entanto ela move-se», é uma frase que se atribui a Galileu Galilei. Polemicamente, e segundo a tradição, ela terá sido afirmada logo após Galileu renegar a visão heliocêntrica da Terra perante o tribunal da Inquisição.
Além da retórica da expressão, que faz um tropos ao que se acabara de renegar, invertendo o seu sentido, ela tem esse cunho de nos dizer que a estaticidade é um limiar impossível ao ser humano, porque estamos sempre em movimento. Também, e para além da ironia actual da expressão, na saída de uma situação global de confinamento, que nos obrigou à imobilidade, a expressão surge com uma força cultural de resistência, de recusa da imobilidade nos seus impedimentos e restrições aos corpos e aos objetos, para assim nos lembrar a força de resiliência da fala, da acção ou da coragem.
Se este apelo à mobilidade tem esta tradição de coragem deontológica na história da ciência, servindo de exemplo a manutenção de princípios apesar de violentas pressões externas em sentido contrário, facilmente lhe encontramos toda uma espessura cultural nas artes. A mobilidade pode assumir um primeiro grande plano da deslocação do artista, busca por novas influências e formações que ampliem os horizontes da sua capacidade de produzir Arte.
A aceleração da dinâmica e tensão dos ismos, que marcam a arte ocidental desde a entrada na era industrial, não prescinde da relação com outras possibilidades de deslocação, mais rápida e de constante aceleração. Tal permite pensar que a relação entre os movimentos da história e os da deslocação do espaço geográfico estão relacionados. A mobilidade implica a conjugação do espaço e do tempo, mas também mobiliza rupturas.
Mas, não se trata de fenômeno novo. Muito antes da revolução industrial e das facilidades da aldeia global, conectada no instante da velocidade da luz da Internet, sempre houve viagem na Arte, permitindo a troca e partilha de objectos artísticos, como das suas técnicas e estilos. A história da arte é um vasto mapa de viagens de contatos artísticos, de deslocações de artistas e obras, que transportam consigo uma partilha de influências. Impossível, assim, separar o movimento de artistas e obras que se tem dado ao longo do tempo, pois tudo isso se liga aos próprios movimentos da história da arte.
Mas, se a ênfase à mobilidade não se dá como fenômeno novo, o momento contemporâneo amplia a dimensão e velocidade das mobilidades já presentes nas culturas Paleolíticas, Mesolíticas ou Neolíticas, ou nos nomadismos dos povos primevos das Américas, África e Oceania. Há múltiplas possibilidades de abordar o problema das culturas itinerantes nos dias que correm, cuja lógica artística e cultural assenta na disponibilidade constante ao móbile.
Agente crucial na questão da mobilidade nas artes é o próprio artista. O artista em viagem amplia a sua experiência e conhecimento. O viajar, como prolongamento da sua formação, é decisivo sobretudo a partir da Era Moderna e com o espírito do artista culto do Renascimento. A deslocação pode servir para uma formação e crescimento de si, como pode trazer consigo rupturas, ser exílio, voluntário ou involuntário, político ou artístico, dimensões que têm marcado a história das civilizações.
A deslocação pode dar-se por razões de um projecto artístico, como o caso do ar livrismo, que determinou uma das questões mais relevantes da história da pintura do século XIX, culminando num dos movimentos artísticos mais míticos da arte moderna, o Impressionismo, sobretudo com o ar livrismo total de Monet. Ou, mais recentemente, as derivas dos situacionaistas ou as caminhadas de Richard Long no âmbito da Land Art ou, enquanto acção artística, a famosa deslocação de uma montanha de Francis Alÿs, obra com Cuauhtémoc Medina e Rafael Ortega (When Faith Moves Mountains, 2002), entre muitas outras.
Nesse dossiê temático, propomos uma profunda reflexão sobre a viagem nos estudos artísticos das Artes, desde a noção de artista viajante, com seu diário de viagem, o ar livrismo e as residências artísticas, ou seja, da viagem como fundamento ou processo artístico. Também interessam as relações entre as instituições artísticas e a viagem cultural como mercado, enquanto dimensão turística da arte, lançando a discussão entre a necessidade de visita e a criação artística. Tal como há um turismo do artista, mesmo pondo em jogo os estigmas desta palavra enquanto modo de viagem, há um alargado e intenso turismo da e para a Arte, motivando e mobilizando deslocamentos.
Problematizar a mobilidade chama tanto o seu excesso e poluição (por exemplo, a noção de «dromologia» de Paul Virilio), como a ideia de imobilidade, extremos necessários à discussão do que os deslocamentos assinalam no mundo da arte. Além das ditas artes do tempo, como a literatura, a performance, o cinema ou a música, também as artes plásticas, ditas do espaço, se implicam no movimento, com vários artistas a entrarem na mobilidade dos referentes, como Delacroix, Degas, Rodin, os futuristas ou, por outra via, o próprio cubismo, com a sua ideia da deslocação do artista em torno do referente. O movimento torna-se assim um tema ou problema para a representação. Mas também pode ser um problema construtivo da obra, permitindo estender a questão às obras cinéticas, reais e virtuais, do construtivismo russo à Op Art.
A mobilidade encontra-se como questão cultural abrangente, como deslocação dos seus agentes (desde dimensões da produção, a partir do lugar do artista, como da recepção, e em torno do lugar do observador) e toda a partilha cultural daí advinda, como pode ser uma questão da obra, da sua deslocação física, seu tema ou modo de relação com os seus motivos, como ainda da sua construção interna.
Portanto, fica claro a necessidade de uma resposta a esse interesse investigativo e criativo, tanto da comunidade acadêmica quanto artística, que por diferentes perspectivas consubstanciam arte e deslocação, numa relação profícua. Assim, propomos como desafios à reflexão, algumas temáticas:
– A velocidade, viagem e mobilidades nas artes.
– O artista viajante e em deslocação, das peregrinações, às missões artísticas, ao ar livrismo, ou às recentes residências artísticas.
– As residências artísticas como jogo deslocação e possível fixação temporária, desenhando cenários e impactando a [re]criação artística.
– Deslocações por exílio, migrações e outros caminhos pós-coloniais
– Projectos artísticos assentes na ação e na mobilidade, implicando a deslocação.
– A deslocação de colecções e obras, em exposições ou saqueadas historicamente.
– Obras e coleções em deslocações: o artístico tornado evento.
– Percursos artísticos no mundo do eu, enquanto artística, curador, espectador, etc.
– A mobilidade cultural dos processos artísticos, sobretudo no espírito da arte moderna e contemporânea e sob o signo das vanguardas artísticas.
Mas, dentro do princípio Eppur si muove, a proposta abre-se ao acolhimento de outros possíveis desafios. Pode-se ensaiar sobre o contraponto aos impedimentos de mobilidade, aos processos, impositivos ou não, de imobilidade, como o recente caso global da pandemia do Covid 19. Porque: Eppur si muove
nocturnos — exposição de francisco ortigão
Jul 01 202214 > 29 JULHO 2022 I GALERIA FBAUL
Inaugura no dia 14 de julho de 2022, às 19h00, na Galeria da Faculdade de Belas-Artes, a exposição Nocturnos, de Francisco Ortigão.
A exposição ficará patente até 29 de julho.
Horário: 2ª a sábado das 11h00 às 19h00
Este evento é passível de ser fotografado e filmado e posteriormente divulgado publicamente.
Curadoria de Eduardo Duarte
Trata-se de um universo pós-romântico, ligado à natureza e as suas manifestações variadas. Desenhos e pinturas de memória visual que invocam cenários paisagísticos melancólicos, sempre com um registo em tons sombrios, através de múltiplas técnicas.
Uma viagem nocturna que aparenta mostrar alguma serenidade, contudo, a morte e a devastação são sugeridas de forma constante, dando a ver o quão vulneráveis somos face à realidade, independentemente das nossas circunstâncias/diferenças. O sonho, a penumbra, o mistério, a noite, convocados a partir de imagens literárias e cinematográficas.
Inspirado em diversos artistas/pintores de referência do séc. XIX como Arnold Böcklin, Gustave Doré, Félix Valloton, C.D. Friedrich, John Martin, J. Wright of Derby, etc.
Está também presente, uma forte influência atmosférica do filme de animação dos estúdios Walt Disney, Fantasia (1940), um modelo determinante para a execução das obras.
É sobretudo uma manifestação face ao império dos modismos, que tendem a alastrar furiosamente na nossa sociedade. Pois sim, é imprescindível (e bem mais estimulante) contemplar a versatilidade e apelar pela individualidade e liberdade de cada artista plástico.
Joaquim António Viegas – a construção de um cenógrafo
Jun 30 2022
18 JUNHO 2022 > 26 FEVEREIRO 2023 I MUSEU MUNICIPAL DE FARO
workshop desenho em realidade virtual
Jun 30 2022
04 > 08 JULHO 2022 I SALA 4.08
Realiza-se nos dias 4, 5, 6, 7 e 8 de julho, entre as 10h00 e as 13h00, o Workshop “Desenho em realidade Virtual”, aberto exclusivamente para alunos da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Considerando que existe um número limite de inscrições, 8, solicita-se a todos os inscritos que, em caso de desistência, nos informem para o e-mail comunicacao@belasartes.ulisboa.pt, para dar lugar a outra pessoa.

conferência e oficina ARcTic South
Jun 30 2022CONFERÊNCIA 08 JUNHO 2022 > 10H00 I AUDITÓRIO LAGOA HENRIQUES // OFICINA 08 > 09 JUNHO 2022 I SALA 2.30 – INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA
A FBAUL e a KHIO encontraram-se em Oslo. Agora é a vez da KHIO visitar a FABUL em Lisboa
No final do mês de abril (27-28), a FBAUL, através do projecto Arctic South, financiado pelas EAA Grants, visitou a KHIO, em Oslo.
A equipa ARcTic South organizou um seminário conjunto onde foram partilhadas as investigações artísticas em curso de ambas as instituições, com apresentações de professores, investigadores artísticos e doutorandos de ambas as instituições. Durante os três dias de visita, uma exposição pop-up foi apresentada, reunindo trabalhos de investigação dos membros do ARcTic South.
Agora é a vez da KHIO visitar a FBAUL
CONFERENCIA ARcTIC SOUTH (CARTAZ)
Merete Røstad
Tiril Schrøder
Siri Hermansen
Auditório Lagoa Henriques
No próximo dia 8 às 10.00h, as professoras Merete Røstad, Tiril Schrøder, Siri Hermansen, da Academia Nacional de Belas Artes de Oslo (KHIO), apresentarão os seus projectos artísticos no âmbito da sua prática de investigação. Este evento integra o projecto ARcTic South, financiado pelas EEA Grants.
OFICINA ARcTIC SOUTH (CARTAZ)
MINING/BORDERS/CARE
A oficina Arctic South acontecerá nos dias 8 e 9 de Junho na FBAUL. É um evento gratuíto especialmente focada no treino da investigação artística, e direcionada aos doutorandos de Belas Artes, que desejam desenvolver e partilhar as suas ideias de investigação artística com a equipa portuguesa e norueguesa do ARcTic South.
MINING/BORDERS/CARE foram palavras que emergiram das conversas online que os membros ARcTic South tiveram, por forma a organizar a curadoria do seminário, exposição pop up e agora a da oficina. Durante a oficina, estes termos servirão de enquadramento a várias atividades de trabalho de campo e de estúdio/atelier no âmbito da prática artística de investigação.
Haverá almoço e coffe break para os participantes.
A INSCRIÇÃO na oficina é obrigatória, através do envio de um e-mail para book.Arcticsouth@gmail.com, até ao dia 06 de junho. Restam apenas quatro vagas para completar o número máximo de participantes
Os resultados da oficina serão apresentados no dia 9 de Junho, às 17h30 no Museu Nacional de Arte Contemporânea, MNAC.
Durante a residência da KHIO na FBAUL, será igualmente apresentada uma EXPOSIÇÃO com os trabalhos dos investigadores artísticos do projecto ARcTic South.











JANEIRO > OUTUBRO 2022 I FBAUL E KHIO
O ensino superior artístico pode considerar-se um espaço importante para a experimentação artística e para o discurso crítico. A Faculdade de Belas Artes da UL (FBAUL) e a Academia Nacional de Arte de Oslo (KHIO), através do seu departamento de Arts & Crafts, considerando-se como instituições comprometidas com a Investigação Artística (IA), na sua educação, treino e desenvolvimento, desejam partilhar e pensar em conjunto a IA e futuras colaborações norte-sul. Assim, ARcTic South, é um projecto de pensamento conjunto, procurando estreitar a ligação entre práticas artísticas académicas do norte e sul da Europa, desmontar a prática da IA, as suas difrações e zonas de contacto emergentes, assim como os possíveis (des)fazeres da prática da investigação artística.
O projecto ARcTic South é financiado pelo programa de iniciativa bilateral EEA Grants entre a FBAUL (promotora) e o departamento de Arts & Crafts da Academia Nacional de Arte de Oslo (Parceiro). O projeto é liderado e iniciado por Helena Elias e Merete Røstad e será executado entre janeiro e outubro de 2022. Fique ligado!
ARCTIC SOUTH, projecto financiado pelas EEA Grants
FBAUL_KIHO seminário de investigação MINING THE BORDERS OF ARTISTIC RESEARCH
27 de Abril_29 de Abril, Academia Nacional de Artes de Oslo
Conversas FBAUL/KHIO: Entrelaçando uma cartografia de afetos comuns em Investigação Artística (IA)
Minerando/Cuidando/Fronteirando: Passamos por seis sessões, aproximando-nos de várias formas para nos darmos a conhecer. Criámos mapas verbais e visuais de interesses comuns no âmbito da investigação. Com isso, também configurámos uma cartografia de afetos comuns que abre canais, vias, pontes, pontos de cruzamentos. Isto aconteceu com a participação dos membros da equipa em estados de manifestação diversa (sólido, gasoso, líquido ou gel, para metaforizar como matéria nos seus estados físicos,) seja como Professores, Doutorandos, Investigadores, Artistas, Educadores.
No entanto, pensar e praticar a colaboração da IA em diferentes estados significa (re)configurar uma cultura de investigação de práticas para sintonizar e moldar infraestruturas circunstanciais, por forma a estabelecer partilhas. Desde que a IA se tornou uma palavra recorrente nas Instituições de Ensino Superior (IES), artistas, académicos, teóricos, redes curatoriais, instituições de arte e IES, têm tentado oferecer as suas perspectivas e visões, independentemente dos diferentes legados institucionais que compõem o universo das artes europeias.
Nós sentimos que estamos a potenciar o surgimento de uma comunidade de prática em IA. A novidade do projecto ARcTic South é que está a acontecer no terreno de uma prática de pensar em conjunto entre artistas praticantes, para abordar o tema da IA, dentro das IES que já possuem um rastreamento desse compromisso. As conversas FBAUL/KHIO conduziram-nos a um processo de montagem de significados colectivos, ao mesmo tempo que apontavam para questões emergentes a tratar futuramente no seminário e no workshop, respectivamente, a decorrer em Oslo e Lisboa. Este processo de assemblage foi modelado por formas formas de intra-acção, para constituir paisagens, constelações nomádicas e geologias. Mais para vir!
*helena elias
https://orcid.org/0000-0003-2743-8814
ARcTic South – Project Leader
https://www.belasartes.ulisboa.pt/en/arcticsouth/
member of the artistic research project MEMORY WORK
https://memorywork.no/
KICK OFF
04 DE JANEIRO 2022
Entrelaçamentos norte-sul: (Des)fazendo a investigação Artística?
A investigação artística pode oferecer um conhecimento baseado na prática artística por meio da prática da investigação. O Kick off do projeto ARcTic South reunirá artistas, educadores e investigadores da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) e Oslo National Academy of the Art (KHiO) para pensar sobre a investigação artística (IA), as suas formas de articulação e trabalho colaborativo entre pares. A primeira fase do projeto compreende seis sessões que incidirão sobre as questões da IA, que ao mesmo tempo partem da experiência descrita por cada participante. ARcTic South é apoiado por EEA Grants e é desenvolvido pela FBAUL (promotor) e KHiO (parceiro), com Helena Elias e Merete Røstad como investigadoras principais do projecto.
ARcTic South
Coordenação: Helena Elias and Merete Rostad
Organização
Helena Elias, Claudia Pauzeiro, Isabel Vieira, Cristina Tavares, Sérgio Vicente, Inês Teles (doutoranda), Noemi Iglesias (doutoranda), Marta Lucas (doutoranda)
Equipa de investigação
Helena Elias
Fernando Quintas
João Castro Silva
Rogério Taveira
Sérgio Vicente
Ana Mena
Marta Castelo
Merete Røstad (Head of research, Associate Professor of Master program Art and Public Space, Department of Art & Craft, Oslo National Academy of the Arts - KHIO)
Tiril Schrøder (Professor of Print and Drawing, Department of Art & Craft, Oslo National Academy of the Arts - KHIO)
Siri Hermansen (Professor and Head of Master program Art and Public Space, Department of Art & Craft, Oslo National Academy of the Arts - KHIO)
Sigrid Espelien (PhD student, Ceramic, Department of Art & Craft, Oslo National Academy of the Arts – KHIO)
Shwan Dler Qaradaki (PhD student, Print and Drawing, Department of Art & Craft, Oslo National Academy of the Arts - KHIO)
Inês Teles (Doutoranda FBAUL)
Noemi Iglesias (Doutoranda FBAUL)
Marta Lucas (Doutoranda FBAUL)
Comité de investigação
Cristina Tavares (VIce-Presidente FBAUL)
Fernando António Baptista Pereira (Presidente FBAUL)
Fernando Quintas (Membro do Centro de Investigação VICARTE-FBAUL)
Luís Jorge Gonçalves (Presidente do Conselho Pedagógico da FBAUL e vice-presidente do CIEBA)
Márcia Vilarigues (Diretora da VICARTE)
Cristina Pratas Cruzeiro (Investigadora FCSH – IHA)
Rogério Taveira (Coordenador Mestrado Arte Multimédia -FBAUL)
Teresa Mendes Flores (ICNova- UNL)
Teresa Almeida (FBAUP-VICARTE)
Sara R. Yazdani (Associate Professor of Art Theory and Art History, Department of Art & Craft, Oslo National Academy of the Arts – KHIO)
Siri Hermansen (Professor and Head of Master program Art and Public Space, Department of Art & Craft, Oslo National Academy of the Arts – KHIO)
Apoio à documentação do projeto
Rogério Taveira
Fernando Fadigas
Workshop – Demonstração de desenho de estátua a carvão
Jun 30 202212 > 13 JULHO 2022 I SALA 3.67
Realiza-se nos dias 12 e 13 de julho o Workshop “Demonstração de desenho de estátua a carvão”, aberto exclusivamente para alunos da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
A participação é GRATUITA , mas a INSCRIÇAO É OBRIGATÓRIA.
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Considerando que existe um número limite de inscrições, 12, solicita-se a todos os inscritos que, no caso de desistência, nos informem para o e-mail comunicacao@belasartes.ulisboa.pt, para dar lugar a outra pessoa.
Artista convidado: Ramón Hurtado
Do olho à mão : registos do ensino e da prática da escultura nos arquivos da biblioteca
Jun 30 202220 MAIO > 08 JULHO 2022 I BIBLIOTECA DA FACULDADE DE BELAS-ARTES
Inaugura no dia 20 de Maio, às 18h00, na Biblioteca da Faculdade de Belas-Artes a exposição Do olho à mão : registos do ensino e da prática da escultura nos arquivos da biblioteca, organizada por André Baptista, João Bernardo dos Santos, Mariana Lapolli e Yuna Le Quéré e com a coordenação de Céline Coturel e Joana Souto Mateus.
A exposição ficará patente até 08 de Julho.
Horário: 2ª a 6ª: 9h30-18h30
“Com arte espantosa e feliz”, Pigmalião fizera uma imitação do corpo feminino em marfim. Este é o início do mito do escultor cíprio a quem Vénus concedeu a transformação em mulher humana da tão amada estátua. De modo semelhante, ganham agora vida alguns dos elementos constituintes dos arquivos fotográficos da Biblioteca da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, que têm vindo a ser estudados e catalogados, desta vez com enfoque no estudo e na prática da Escultura.
Das referências históricas apresentadas aos alunos sobre a forma de postais, fotografias e diapositivos, ao registo dos trabalhos práticos, esta exposição permite um regresso sucinto, mas privilegiado, a práticas de ensino de um passado que, embora recente, poderá parecer remoto pelo contraste com o presente. Lembra que ao estatuto de mestre antecede o de aprendiz, recuperando a presença na então Escola de Belas-Artes, enquanto alunos, de Escultores e Professores ilustres como António Duarte, João Fragoso e Euclides Vaz.
Os elementos mostrados, que incluem, entre outros, negativos fotográficos em vidro, são uma pequena amostra do notável acervo da Biblioteca, disponível para consulta e investigação, quer pelos novos alunos, quer pela restante comunidade.
cross media arts 2023
Jun 30 2022CHAMADA DE ARTIGOS ATÉ 15 JULHO 2022
09 > 10 FEVEREIRO 2023 I FACULDADE DE BELAS-ARTES
A partir do conhecimento e sensibilidade dos diferentes campos artísticos, sejam eles performativos, visuais ou projetuais, esperamos encontrar outras práticas e formas de colaboração para o bem comum — novas direções que são desenvolvidas através do cruzamento de uma variedade de processos inovadores.
Queremos trazer para um entendimento geral das artes, uma discussão relacionada com uma práxis que atravesse as fronteiras entre os territórios artísticos e outros saberes. Explorando a interseção de conhecimentos e metodologias, esperamos incentivar formas alternativas de representação e intervenção social, designadamente um modelo de colaboração entre criativos, makers, partes interessadas e comunidades que promovam a coesão social e cultural através de ações concretas com os cidadãos.
Convidamos artistas visuais, performers, designers, arquitetos, entre outros criativos, a partilhar e a expandir as suas práticas.
Datas importantes
15 julho 2022: Submissão de resumos.
15 outubro 2022: Submissão de artigo para revisão por pares – (1ª ronda).
15 dezembro 2022: Submissão de artigo após correções – (2ª ronda).
Registo
Taxa de investigador doutorado 150€.
Taxa de estudante de doutoramento 100€.
Taxa para o público em geral 25€ (apenas para assistir à sessão principal).
Coordenação
Paula Reaes Pinto (Ed.)
Escola de Artes da Universidade de Évora
António Gorgel Pinto (Ed.)
IADE, Universidade Europeia
Teresa Veiga Furtado (Ed.)
Escola de Artes da Universidade de Évora
Sérgio Vicente
Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa
Organização
CHAIA
Universidade de Évora
UNIDCOM
IADE, Universidade Europeia
CIEBA
Universidade de Lisboa
Contacto: xmediarts23@uevora.pt
João Onofre distinguido com o Prémio Científico Universidade de Lisboa/Caixa Geral de Depósitos 2021
Jun 30 2022João Onofre, professor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa foi galardoado o prémio na categoria de Artes (Belas-Artes, Multimédia, Artes Cénicas e do Espetáculo e da Dança).
A Cerimónia de Entrega dos Prémios Científicos Universidade de Lisboa/Caixa Geral de Depósitos 2021 teve lugar na Reitoria da Universidade de Lisboa (ULisboa), no dia 28 de junho de 2022.
Estes Prémios constituídos por um subsídio para a investigação no valor de 6.500€, visam premiar a atividade de investigação científica e incentivar a prática de publicação em revistas internacionais de reconhecida qualidade.
Consulte aqui a Lista de Premiados e a Lista de Menções Honrosas atribuídas nesta edição de 2021.
A Cerimónia de entrega dos Prémios Científicos está integrada nas Jornadas Científicas da Universidade de Lisboa: “The 2030 Agenda for Sustainable Development: Embracing Societal, Technological and Environmental Challenges at ULisboa”.
SÉCULO DE OURO: Da República Florentina ao Pós-readymade (O Manual) – Carlos Vidal
Jun 23 2022workshop New Media – Microbiologia e Arte_23 Jun
Jun 21 202223 > Junho, 17h > 20h | FACULDADE DE BELAS-ARTES | SALA 4.09
Até 22 de junho de 2022 estão abertas as inscrições para o Workshop New Media – Microbiologia e Arte, que se realizará na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
FORMADORA
Marta de Menezes
HORÁRIO
23 de Junho, das 17h00 às 20h00
DURAÇÃO TOTAL
Trabalho autónomo, com duração variada + 1 sessão de 3 horas
PÚBLICO-ALVO
Estudantes e corpo docente da Faculdade de Belas-Artes e público em geral (max. 25)
DESCRIÇÃO
Tendo como base a obra da artista Marta de Menezes, este workshop pretende explorar as múltiplas possibilidades e abordagens artísticas que podem ser desenvolvidas na relação entre a arte e a biologia, num contexto DIY. Os participantes irão receber indicações para desenvolver, de forma autónoma, diversas experiências e leituras que vão dar lugar a uma discussão sobre questões artísticas, estéticas e éticas. Ao manipular materiais de naturezas diferentes e variadas técnicas, vamos refletir sobre questões teóricas que surgem da interação e colaboração entre artistas e cientistas, como proporcionar informações sobre a diversidade de discursos artísticos que utilizam as ciências biológicas como meio.
MATERIAIS
Fracos de vidro, com tampa; Terra; Cascas de fruta/ vegetais coloridas; Água; Prato/ Pires de vidro; Ágar-ágar – Gelatina vegetal; Película Aderente; Pepino/ curgete/ beringela; Impressão em papel A4 a cores;
PROGRAMA
Com o intuito de criar um espaço de conversa e discussão em torno de questões artísticas, estéticas e éticas que resultam da relação entre a arte e a ciência, o objetivo deste workshop é explorar as múltiplas possibilidades de abordagens artísticas provenientes desta relação, num contexto DIY, com diferentes materiais e técnicas.
Os participantes são convidados a desenvolver quatro experiências de forma autónoma, respondendo às diretrizes fornecidas, onde são indicados os materiais, processos e leituras recomendadas para cada uma delas – Decomposition Activity; What are we? (Inside out); What are we? (Microbiome); What are we? (Rocks). Os resultados obtidos serão discutidos e partilhados numa sessão conduzida pela artista Marta de Menezes, depois de uma apresentação introdutória sobre as relações entre a arte e a biologia, que parte da sua obra, que tem vindo a desenvolver desde os anos 90.
INSCRIÇÃO
O workshop é gratuito mas é obrigatório fazer a inscrição
PARA DESCARREGAR:
Diretrizes
Imagem
Marta de Menezes
Biografia
Marta de Menezes (1975) é uma artista portuguesa, licenciada em Belas-Artes pela Universidade de Lisboa, mestre em História da Arte e Cultura Visual pela Universidade de Oxford, e doutoranda na Universidade de Leiden. De Menezes é diretora da Cultivamos Cultura, a principal instituição dedicada à arte experimental em Portugal, e da Ectopia, que procura facilitar colaborações entre artistas e cientistas. Marta de Menezes tem vindo a explorar a interseção entre arte e biologia desde os finais dos anos 90, no Reino Unido, Austrália, Holanda e Portugal, através das oportunidades conceptuais e estéticas de representação visual disponibilizadas pelas ciências biológicas.
O seu trabalho tem sido exposto em todos os continentes, em diferentes locais e na maioria das antologias dedicadas à bioarte, discutido em teses de doutoramento e considerado um exemplo de investigação nas artes visuais. Recentemente foi convidada para o Festival Ars Electronica 2019: Out of the Box e organizou dois Ars Electronica Gardens 2020 (Lisboa e São Luís). Foi convidada para representar Portugal na Bienal de Design de Londres, 2016, e expôs na Bienal de Pequim de New Media Art, 2016. De Menezes foi nomeada em 2015 pela revista Time and Fortune para o Prémio de Arte e Tecnologia 2015. Para além do seu trabalho enquanto artista, De Menezes foi a curadora de grandes exposições internacionais, no âmbito de Guimarães Capital Europeia da Cultura (Portugal), do Festival Kontejner (Zagreb), da Fundação Verbeke (Bélgica) e das três edições do FACTT – Festival Trasnacional e Transdisciplinar de Arte e Ciência, em Lisboa, Nova Iorque, México, Berlim e Toronto.
ll Encontro “Acessibilidade e Inclusão na Arte e no Património” — inscrições abertas
Jun 21 202224 > 25 JUNHO 2022 I GRANDE AUDITÓRIO, FACULDADE DE BELAS-ARTES E VIA ZOOM
Apresentação
O II Encontro “Acessibilidade e Inclusão na Arte e no Património” é uma iniciativa da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e do Museu da Farmácia, que decorrerá nos dias 24 e 25 de junho de 2022.
Tem como objetivo ser um espaço de discussão e troca de ideias, reunindo trabalhos associados à acessibilidade à arte e ao património cultural. Divulgando estratégias que visam melhorar o acesso e a inclusão dos diversos públicos ao património.
Enquadramento
Na primeira edição, em 2021, o Encontro entregou o evento temático, Ciclo de Conferências “Encontros no Largo das Belas-Artes”, organizado pelo Grupo de Investigação e Estudos em Ciências da Arte e do Património “Francisco de Holanda”, do CIEBA. Neste foram abordados diversos temas relacionados com a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiências à arte e ao património, bem como estratégias de inclusão dos públicos num âmbito social.
Pretende-se, com esta segunda edição expandir as temáticas abordadas, tentando abranger mais aspetos que são focados pelo termo acessibilidade. O conceito de acessibilidade “aplica-se às estratégias, ações e recursos criados para eliminar barreiras físicas, mas também intelectuais ou sociais, para permitir o usufruto por parte da maioria das pessoas. Cobre, por isso, campos tão diversos quanto a entrada e circulação no edifício, mas também a sinalética, a comunicação e a divulgação, a segurança, a consultoria, o emprego e voluntariado por parte de pessoas com deficiência ou incapacidade, a formação das equipas, a avaliação das práticas correntes para promover o acesso de todos e a política de gestão relativa a todas estas questões, incluindo o preço do bilhete de entrada” (Mineiro coord., 2017, 9-10).
Objetivos
A 2ª edição do encontro “Acessibilidade e Inclusão na Arte e no Património” visa reunir investigações, no âmbito da acessibilidade e inclusão, em mestrados, doutoramentos e pós‑doutoramentos, bem como projetos desenvolvidos em contexto profissional.
O encontro pretende ser um espaço de discussão e reflexão, sobre estratégias que visam melhorar o acesso e a inclusão dos diversos públicos ao património, nomeadamente os públicos com deficiências.
O evento tem como objetivos, no seguimento da primeira edição, a apresentação de trabalhos relacionados com a acessibilidade ao património, a divulgação de estratégias que permitam pessoas com deficiências aceder aos bens culturais e a promoção de projetos que mitigam desigualdades.
Público-alvo
É dirigido a profissionais e académicos que desenvolvam trabalho na área da acessibilidade a museus e património cultural, bem como jovens investigadores de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento. Estendendo-se a todos os que tenham interesse em participar do público em geral.
Línguas Oficiais
As línguas oficiais do II Encontro “Acessibilidade e Inclusão na Arte e no Património” serão o Português, o Espanhol e o Inglês.
Linhas Temáticas
I – Teoria e legislação sobre acessibilidade e inclusão do património
II – Avaliação da acessibilidade nos museus
III – Experiências multissensoriais em museus e monumentos
IV – Desenvolvimento de produtos que promovam acessibilidade em museus
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
O Encontro será presencial e com transmissão online (via Zoom) na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
Comissão Organizadora do Encontro Acessibilidade e Inclusão na Arte e no Património
Ana Bailão (FBAUL-CIEBA/UCP-CITAR)
Ana Sofia Neves (FBAUL-CIEBA)
Fernando Fadigas (FBAUL)
Frederico Henriques (UCP-CITAR)
Inês Simões (FBAUL)
João Neto (Museu da Farmácia)
Marta Aleixo (FBAUL-CIEBA)
Maria Teresa Sabido (FBAUL)
Patrícia Mendes (FBAUL)
Comissão Científica
Cristina Azevedo Tavares (FBAUL-CIEBA)
Eduardo Duarte (FBAUL-CIEBA)
Fernando António Baptista Pereira (FBAUL-CIEBA)
Patrícia Roque Martins (FCSH-IHA)
Viviane Panelli Sarraf (IEB-USP/FAPESP/PUC-SP)
Comissão Técnica
Filipa Lopes (FBAUL)
Ana Carvalho (FBAUL)
Ana Rita Monteiro (FBAUL)
Beatriz Clemente (FBAUL)
Datas importantes
Data limite para a submissão de resumos – até 27 de fevereiro de 2022
Notificação dos autores – 11 de março de 2022
Divulgação do programa – 18 de março de 2022
Qualquer questão contactar acessibilidade.evento@gmail.com
COMPTOIRS DU MONDE : LES FEITORIAS PORTUGAISES xv – xvll siècle
Jun 20 202216 JUIN > 09 OCTOBRE 2022 I CHÂTEAU D’ANGERS
Partez pour un voyage autour du monde dans les pas de Vasco de Gama, grâce à une exposition exceptionnelle présentée au château d’Angers.
Inauguration de l’exposition COMPTOIRS DU MONDE, Les Feitorias portugaises XVe-XVIIe siècle
Jeudi 16 juin à 12h au Domaine national du château d’Angers
Exposition présentée par le Centre des monuments nationaux dans le cadre de la Saison France-Portugal 2022
L’EXPOSITION
Entre le XVe et le XVIe siècle, le Portugal connaît une expansion sans précédent. Un réseau de feitorias, des entrepôts commerciaux fortifiés installés le long des côtes d’Afrique, dans l’océan Indien puis au Brésil, permet aux Portugais d’occuper une place prépondérante dans le commerce vers l’Europe.
Découvrez les productions artistiques croisées ou hybrides qui sont nées de ces échanges : objets précieux, ivoires et textiles de Goa, contadors d’Inde, paravents du Japon, tapisserie des Flandres représentant l’arrivée de Vasco de Gama en Inde, ainsi que des objets de navigation et des documents expliquant le mode d’exploitation des comptoirs, qui s’illustrent aussi tristement dans les débuts de l’esclavage sur les côtes africaines.
Cette exposition propose un parcours à hauteur d’enfant, à la recherche des animaux présents sur les œuvres.
Commissariat
Jean-François Chougnet, président du musée des civilisations de l’Europe et de la Méditerranée
Fernando Antonio Baptista Pereira, président de la faculté des beaux-arts de l’Université de Lisbonne
vivendo — visitas guiadas à exposição de carolina coppoli, com a presença da autora
Jun 20 202203 > 28 JUNHO 2022 I GALERIA BELAS-ARTES
Inaugurou no dia 3 de junho de 2022, na Galeria da Faculdade de Belas-Artes, a exposição de vídeo instalações de filosofia, teatro e dança ViVendo, de Carolina Coppoli.
A exposição ficará patente até 28 de junho.
Horário: 2ª a 6ª das 14h00 às 18h00; sábado das 11h00 às 15h00
VISITAS GUIADAS: Os interessados em realizar visitas guiadas pela autora deverão contactar através do e-mail carolcoppoli@gmail.com
Este evento é passível de ser fotografado e filmado e posteriormente divulgado publicamente.
“Quem é o Outro para nós? Qual a importância das relações em nossas vidas? E como lidamos com a liberdade? Carolina Coppoli nos coloca perante a algumas questões que, embaralhadas entre as suas percepções da vida e a ficção, nos detonam impressões e turbulências internas. Tais questões espalham os estilhaços de uma vida apoiada pelo Desejo de rever a si mesma funcionando como um convite ao Outro: o que queres de tua liberdade? E como nos diria o personagem Mathieu, no romance filosófico A idade da razão: “És livre. Mas para que te serve a liberdade, senão para tomar uma posição?”
Ricardo Macêdo, professor de Audiovisual da Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP
No dia 03 de junho, às 18h, na galeria da Faculdade de Belas-Artes, será inaugurada a exposição de videoinstalações Vivendo. A exibição de autoria de Carolina Coppoli alia filosofia, teatro e dança em vídeos e projeções que formam uma grande narrativa a ser percorrida pela galeria. Os atores são alunos do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e a dança foi realizada pela bailarina Carla Gontijo.
Ficha técnica
Textos, direção e supervisão geral: Carolina Coppoli.
Montagem exposição: Carolina Coppoli.
Atores (por ordem alfabética): Ana Bárbara Coura; Clarissa Böddener; Lucas Lacerda; Priscila Moura; Victor Pitombeira.
Produção de elenco: Victor Pitombeira.
Dança: Carla Gontijo.
Filmagem: André Voulgaris; Uriel Marques; Vellozia Filmes.
Parceiros e apoiantes
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP): Departamento de Artes Cênicas (DEART); Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA); Centro de Artes e Convenções; Pró-reitoria de extensão (PROEX); Cine Vila Rica.
Museu da Inconfidência.
Teatro Municipal de Ouro Preto – Casa da Ópera.
Portal de notícias ouropreto.com.br.
Vellozia Filmes.
exposição — aristides de sousa mendes: razões de humanidade
Jun 20 202226 MARÇO > 30 JUNHO 2022, 2ª-6ª 10-18h | SGPCM
as faces de plotino — exposição de desenho de artur ramos
Jun 18 202205 > 25 MAIO 2022 I GALERIA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 5 de maio de 2022, às 18h00, na Galeria da Faculdade de Belas-Artes a exposição As Faces de Plotino, de Artur Ramos.
A exposição ficará patente até 25 de maio.
Horário: 2ª a sábado das 11h00 às 19h00
Este evento é passível de ser fotografado e filmado e posteriormente divulgado publicamente.
Entre o Mito e a História
Pergunte-se livremente:
Que desenhos são estes? De que tratam? Qual a sua origem? Para onde olham?
E leia-se o início do poema Ulisses, de Fernando Pessoa:
O mytho é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mytho brilhante e mudo —
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.
Houve alguém que ousou escrever sobre as origens, um tempo anterior ao nosso e, por isso mesmo, arriscou-se por territórios desconhecidos. Não sabemos exatamente quem foi, mas conhecemos os textos que chegaram até nós e a que povo pertenceram, à tribo de Judá, com mentalidade semita e herança cultural mesopotâmica. Os textos, esses, são famosos e ficaram organizados em cinquenta capítulos num pequeno livro de setenta e quatro páginas chamado Génesis, o primeiro da bíblia. É lá que encontramos várias narrativas corajosas sobre os tempos míticos em que “o nada é tudo”.
Os textos que sobreviveram aos séculos não são exatamente os originais, mas cópias de cópias de cópias. Umas feitas por observação direta, outras por narrativa oral. A sua história aproxima-se à do desenho. Não apenas porque se desenharam caracteres hebraicos, mas pela importância que ganharam nas sociedades. São mitos sobre as origens, olham para trás, para um lugar que os filósofos gregos chamaram de ἀρχή (Arché), ou seja, o momento do fundamento, o lugar de onde tudo deriva. Contudo, se o texto de Plínio sobre a origem do Desenho data do século I d.C., o dos Génesis agrega tradições que remontam ao século XIII a.C. e vão até ao V da mesma era. São textos respeitáveis, impressionantes e incontornáveis. Precisamos deles para nos lembrarmos que o nosso tempo não é o Tempo. As suas narrativas querem ir mais longe do que a vista alcança e ser mais do que as palavras conseguem dizer.
Os desenhos de Artur Ramos parecem apontar para esse lugar das origens não ficando exatamente lá. Enraizam-se na Arché, no fundamento unificador, nas bases não só do desenho mas também da humanidade. São rostos plausíveis, reconhecíveis, universais, intemporais. E sobre essa linha mais extensa que a nossa finitude, o autor bíblico também se debruçou, socorrendo-se de um artifício narrativo para se referir à intemporalidade: o longo tempo de vida dos patriarcas. Passo a explicar, se as divindades eram eternas e a humanidade finita, de condição mortal, teria então de existir uma transição entre esse tempo mitológico das origens e o tempo presente. Entram aqui em cena as figuras dos patriarcas que, não sendo eternos como os deuses, vivem mais que a restante humanidade. Têm um tempo único e ampliado que atinge séculos, mas que não deixa de ser intermédio e finito. Preenchem um espaço de transição entre o Mito e a História, lembrando também uma das necessidades eternas do desenho, a transição entre o claro e o escuro.
Ainda quanto à intemporalidade, valeria a pena indagar: qual o tempo de vida de um desenho? Não só de sobrevivência material, mas também conceptual. Interessante esta questão, mas sem espaço nesta reflexão. Coloque-se então outra de aparente inutilidade e mais curta resolução: pode o desenho apelar aos territórios míticos? Assumamos por breves momentos que os desenhos de Artur Ramos se referem aos patriarcas bíblicos. Que transição entre os tempos remotos passados e a contemporaneidade queremos ter? A pergunta que faziam aos descendentes dos patriarcas era simples: «quem é o vosso Deus?» E a resposta era ainda mais simples: «É o Deus do meu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob.» (Vaz, 1999, p. 128). E isto prevaleceu durante séculos, marcando ainda hoje a nossa herança cultural e social de um Deus único que nos coloca a todos como numa linhagem familiar. Se as figuras que Artur Ramos desenhou apelarem aos patriarcas, então elas são um convite a pensar o nosso tempo a cem, duzentos, trezentos ou mesmo novecentos anos, o tempo que o narrador bíblico ousou escrever como referência temporal a quem pisa territórios fundamentais, a Arché. Talvez hoje estejamos demasiado presos a viver o momento, o carpe diem de origem romana e pouco preocupados com um tempo maior que o nosso, o da mente semita mesopotâmica que atravessa gerações sem perder a linhagem.
Voltemos a Fernando Pessoa e ao último verso do poema Nevoeiro:
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
Mário Linhares
Abril, 2022
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Pessoa, F. (2020). Mensagem. Porto, Portugal: Book Cover Editora (original publicado em 1934)
Vaz, A. (1999). A imagem do Deus de Israel. In H. N. Galvão (Org.), Em Nome de Deus Pai (pp. 105-190). Edições Didaskalia
paula rego 1935 – 2022
Jun 09 2022© Artur Lourenço
PAULA REGO 1935-2022
A Presidência da FBA solicitou à Professora Catedrática de Pintura o seguinte texto evocativo do falecimento da Pintora Paula Rego, que subscrevemos.
São conhecidas imagens do atelier londrino onde Paula Rego trabalhava há décadas, com as coisas que ali se animavam sob o seu olhar, sopro e mãos: cavaletes, mesas e bancos, estrados, materiais, sobretudo obras concluídas e em curso e ainda aqueles inesperados bonecos de pano, por vezes algo monstruosos, que ela fazia e que lhe serviam de modelo.
Tudo isso fica, agora, como que numa espera sombria, quando Paula Rego já ali não está.
Para trás no tempo, há 87 anos de vida e cerca de setenta de produção pictórica, desde que, nascida em Lisboa, Paula foi para Londres estudar em 1952, terminando a Slade School of Fine Arts em 1956. Com o pintor inglês Victor Willing viveu em Portugal de 1957 a 1963, na Ericeira. Depois disso, a família com três filhos (Nick, Caroline e Victoria), por vezes enfrentando dificuldades financeiras, alternou entre Portugal e Inglaterra até se radicar em Londres em 1976.
O meio artístico londrino e a Escola de Londres foram determinantes para o amadurecimento de um certo olhar figurativo simultaneamente sólido e livre, dotado de maior distanciamento e mundividência. E houve apoio à carreira de Paula Rego como pintora por parte da Fundação Gulbenkian, através de bolsas, uma ainda nos anos 60 e outra novamente nos anos 70, neste caso direcionada para o estudo de narrativas populares portuguesas.
Paula dava curso à atenção, que de resto foi mantendo, sobre as realidades nacionais, sociais e políticas. E nesse olhar crítico ia usando principalmente a colagem de elementos pintados previamente, como meio que permitia mecanismos associativos ilógicos, intuitivos ou inconscientes no processo de desconstrução e descontextualização das imagens e referências, canalizando a liberdade do discurso gestual, expressivo e vagamente surrealista.
Foi nos anos 80 que o sucesso veio para ficar. Em 83, Paula foi professora convidada na Slade e em 88, ano em que faleceu o marido, expôs na Serpentine Gallery. Já sem a fragmentação da colagem, a pintora assumiu então mais claramente a força telúrica do desenho e da cor, em registos de figuração muito livre e descontraída com alguma dimensão autobiográfica. Mais tarde, a necessidade narrativa invocou maior tradição construtiva académica em trabalhos a pastel, a partir de modelos vivos.
Já não se tratava de fundir o pessoal com o local naquilo que, muito estritamente, poderia aliar a estranheza ao exotismo em pinturas de forte presença plástica. Quando a representação coreografou temas da condição das mulheres e, um após outro, os seus espaços, temas e problemas (como depois o aborto e excisão), Paula veio engendrar narrativas com fundo e sentido indiscutivelmente universal: humano, emocional, crítico, cómico por vezes, político. E, ainda por cima, isso era dado em boa pintura, bem arrancada, quase apolínea, de excelente sentido cromático, paradigma específico resistente.
Assim, também o mundo se abriu para a sua obra.
Nas suas fases sucessivas, em trabalho de grande permanência, Paula Rego foi aprofundando diferentes vertentes da figuração em temáticas da realidade social e da cultura, desde as criaturas híbridas informes e viscerais aos retratos reconhecíveis (dos filhos, da sua assistente Lila, de amigas e amigos, do presidente português Jorge Sampaio, por exemplo, em 2005), às situações mais alegóricas e críticas (por exemplo a Primeira Missa no Brasil, de 1993), e até a temas associados a uma paradoxal fé católica, pretexto de recente exposição na Casa das Histórias. Observadora e participante do seu tempo, criadora de histórias nunca fechadas, fez da narrativa pictórica um modo contemporâneo de pensar, de colocar questões e hipóteses, chamando para o terreno da pintura a literatura (de Esopo a La Fontaine, de Eça de Queirós a Orwell ou Genet e Kafka, Brontë e Rhys), o cinema e a banda desenhada (por exemplo Walt Disney ou Little Nemo), a música (Verdi, entre outros), tanto pela leitura de textos e obras como por memórias de narrativas orais, juntamente com informação oriunda dos media e a sua própria vida.
Visualmente, nos seus quadros ecoam Manet, Gauguin, Ensor, Dubuffet, Gorki, Sutherland, Klossowski e Mapplethorpe, mas também Antonello da Messina, Ticiano, Velázquez, Philippe de Champaigne, Hogarth, Goya, sem esquecer os azulejos portugueses do século XVII que marcam a imagem de O Jardim de Crivelli (1990-91).
Salazar a Vomitar a Pátria (1960), Coelha Grávida a Contar aos Pais (1981), Proles Wall (1984), a série do Crime do Padre Amaro (1998/99), La Fête (2003), Human Cargo (2007-2008), ou ainda os diferentes Pillowman, são apenas mais alguns casos de obras que mostram, em tempos diferentes, o génio de Paula Rego, cuja pintura absorveu o que ela viu, ouviu, leu, sentiu e pensou.
Artista plenamente reconhecida, recebeu inúmeros prémios, condecorações, honrarias. Entre eles, está a concessão do doutoramento honoris causa pela Universidade de Lisboa em 2011, que tivemos o gosto de propor em nome da Faculdade de Belas Artes.
Obra que fala do mundo em devir, contemporânea sem qualquer dúvida, quis algum anjo que Paula Rego estivesse presente na Bienal de Veneza deste ano precisamente com a sua série kafkiana quando, na vida e na realidade em metamorfose, mal se distingue um estaleiro de obras de uma cidade em ruínas. Apropriada e premonitoriamente, ali está agora, sob os holofotes, um lado sombrio da pintura de Paula Rego, que ela própria nomeou uma vez como algo “black, black, black”.
Estamos, assim, de luto.
Dirão os factos da matéria das coisas que ela já não volta ao atelier.
Diremos nós: Ou será que ali continua, pelo meio de tudo, e em tudo o que foi fazendo?
Isabel Sabino
Notícias
how to promote yourself as an artist? – curso cancelado
Jun 08 2022CURSO CANCELADO
The registrations for the workshop “How to promote yourself as an artist?” by Lita Akhmetova are open until the 17th June 2022.
Schedule: June 20, 21 and 22, between 6:30 pm and 8:30 pm
Total duration: 6 hours
Public Target: professionals and self-taught artists
Workshop in english.
How to become a productive and recognizable Artist?
How and where can you start selling your art?
These questions need to be answered.
If you want to get rid of your fears and doubts and make your first steps in this area – this workshop is for you.
If you’ve already tried but felt like you haven’t succeeded yet – this workshop will help you to see the whole opportunities and what you might have been missing.
You will learn how to create products from your own ideas, how to enjoy your artist life, how to harvest your success, even if you consider your art as a hobby.
After this workshop you will have a Guide on how to build your own Artist Promotional Plan.
We will go through forming a strong Portfolio, Art Selling Platforms & creating your Social Media Artist ID.
If you feel like this course comes as an answer to your many questions – you are very welcome here.
prémios apom 2022 — Mestrado de Museologia e Museografia
Jun 06 2022
Foi atribuído ao Mestrado de Museologia e Museografia da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa a Menção Especial, pela Associação Portuguesa de Museologia. A entrega da Menção Especial ocorreu no dia 27 de maio de 2022, na Academia Militar.
O Mestrado de Museologia e Museografia já tem vinte anos, durante os quais tem contribuído para a formação prática e teórica, no campo da museologia, da museografia e das ciências do património. As dezenas de dissertações defendidas e a integração profissional dos seus alunos são a prova do contributo deste mestrado para a museologia portuguesa. De referir, ainda, a frequência do mestrado por alunos de dezenas de nacionalidades, particularmente do Brasil.
chiado, carmo, paris. “soirée chez lui”. desassossego e apropriação — casa de portugal, paris
Jun 06 202220 MAIO > 15 JUNHO I CASA DE PORTUGAL, PARIS
LISBOA, ÉVORA, PARIS, ŁÓDŹ, FLORENÇA | 2022
Inaugura no dia 20 de maio, pelas 17h00, mais uma exposição relativa ao Chiado, Carmo, Paris. “Soirée chez lui”, desassossego e apropriação, projecto integrado na “Temporada Portugal França 2022”, com ancoragem na Casa de Portugal, em Paris, precisamente onde se realiza esta nova exposição.
No mesmo dia realiza-se o ciclo de conferências coordenado por Jacinto Lageira e José Quaresma, com a participação de vários docentes da FBAUL entre outros especialistas.
O evento é passível de ser registado e divulgado pela Faculdade de Belas-Artes através de fotografia e vídeo
Foi no dia 17 de fevereiro que inauguraram as primeiras três EXPOSIÇÕES relativas ao Chiado, Carmo, Paris. “Soirée chez lui”, desassossego e apropriação, projecto integrado na “Temporada Portugal França 2022” com ancoragem na Casa de Portugal, em Paris.
A primeira inauguração realizou-se às 17h00 no Jardim de Esculturas do MNAC, a segunda às 18h00 na FBAUL, e a terceira às 19h00 no Museu Arqueológico do Carmo.
Trata-se da apresentação pública de obras de dezenas de estudantes, professores e investigadores do ensino artístico superior, no sentido do alargamento das potencialidades plásticas da obra de Columbano, Soirée chez lui, cruzando alguns dos seus referentes plásticos e semânticos com a “efervescência” e o desassossego dos artistas da FBAUL e da Universidade de Évora. Por analogia, atendendo ao âmbito internacional do projecto expositivo, os artistas polacos (Lodz) e italianos (Florença) abordam a intermedialidade entre as artes visuais e as artes performativas a partir de autores das respectivas culturas, nomeadamente a pintura “Chopin’s Polonaise”, de Teofil Kwiatkowski, e a escultura “Ofelia”, de Arturo Martini.
No mesmo dia realizou-se um ciclo de CONFERÊNCIAS no MNAC sobre a pertinência da obra de Columbano, incluindo o lançamento de um livro/catálogo com vários ensaios dedicados à obra do pintor português, assim como ao domínio das artes na esfera pública.
Para informação mais detalhada sobre a vasta programação que se inicia neste dia e que culminará em Florença, no fim de 2022, sugere-se a consulta do site e do Instagram da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, do Museu Nacional de Arte Contemporânea, e do Museu Arqueológico do Carmo.
Após a consulta de todos os temas e autores que constam no PROGRAMA, poderão, em função dos vossos interesses, fazer as inscrições nos diversos ciclos de conferências através da plataforma digital da FBAUL.
Evento passível de ser fotografado e filmado para posterior divulgação.
INSCRIÇÃO NOS CICLOS DE CONFERÊNCIAS
A inscrição é obrigatória em cada uma das conferências.
Museu Nacional de Arte Contemporânea (17 de fevereiro de 2022) /INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Grémio Literário (16 de Março de 2022) / INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, Évora (03 de Maio de 2022) INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Casa de Portugal, Paris, França (20 de Maio de 2022) FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO
Informa-se que, devido à situação atual de pandemia e a novas medidas de controle, os ciclos de conferências poderão ser realizados através da plataforma zoom.
SUCESSO DAS BELAS-ARTES NA JUSTLX
Jun 02 2022
19 MAIO 2022 I JUSTLX
Inaugurou no dia 19 de maio, no Centro de Congressos de Lisboa a 3ª edição da Feira de Arte Contemporânea de Lisboa JUSTLX, a congénere da JUST MAD que se realiza em Madrid há mais de uma década, com a participação de artistas emergentes e novas galerias.
A JUSTLX deste ano tem a direção artística de Semíramis González e Óscar García, e conta com mais de 100 artistas e com a participação de 28 galerias de várias nacionalidades, nomeadamente Portugal, Espanha, França, Países Baixos, China, EUA e Argentina.
A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, a única escola presente, participou nesta 3ª edição, com obras de alunos de mestrado das áreas de Pintura, Desenho, Escultura e Arte Multimédia.
João Gama, aluno de Escultura, vendeu a sua primeira obra à prestigiada Fundación María Cristina Masaveu Peterson, de Madrid.
Heron P. Nogueira, aluno de Pintura, também desta Faculdade, viu 5 dos seus quadros serem adquiridos para integrarem uma das maiores coleções de arte privadas do país, a Coleção Norlinda e José Lima.
Feira de arte contemporânea JustLX regressa em Maio_TIME OUT (26.04.2022)
Exposição_multiplicidade no feminino
Jun 01 202218 > 27 MAIO | MUP | MUSEU DA POLÍCIA
Obras de:
Filipa Batista
Luzia Alves
Mafalda André
Margarida Arroz
Margarida Pratas
Maria Pato
Rita Dias da Silva
Santos Rocha
MUP | MUSEU DA POLÍCIA
Rua Capelo, nº 15 (Chiado)
1249-107 Lisboa
REPORTAGEM SIC 18/05/2022
leda num pavilhão alugado a dan graham — exposição de josé quaresma
Mai 25 202212 > 31 MAIO 2022 I MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO
Inaugura no dia 12 de maio, às 17h00, no Museu Arqueológico do Carmo, a exposição individual Leda num Pavilhão alugado a Dan Graham, de José Quaresma. Trata-se da terceira e última exposição do seu pós-Doutoramento em Pintura, com a supervisão do Prof. Catedrático António Quadros Ferreira. A exposição ficará patente até 31 de maio e o catálogo ficará disponível também no dia 12 de maio.
Horário:
2ª a sábado entre as 10h00 e as 18h00
Este evento é passível de ser fotografado e filmado e posteriormente divulgado publicamente.
Excerto do catálogo:
“Esta exposição consiste na elaboração de dezassete pinturas e instalações de pintura em função de quatro características plásticas que tenho vindo a explorar nos últimos anos, a saber: (1) imagem pictural impregnada na densidade vítrea; (2) imagem pictural transgredida pela transparência de materiais acrílicos; (3) imagem pictural absorvida por amontoamentos reais de matérias opacas; (4) imagem pictural fragmentada em planos monocromáticos entrecruzados. Neste conjunto de obras a exploração material e expressiva deixa-se atravessar por vestígios remotos e actuais, mais concretamente, oscila entre temas com “cheiro” a Pompeia e outros pertencentes à especularidade evanescente dos Pavilions de Dan Graham.
Sendo assim, deparar-nos-emos com a alusão e a “enxertia” de certos aspectos da obra de Dan Graham, designadamente a translucidez curva de alguns dos seus Pavilions, assim como a inter-reflexividade que os mesmos geram entre as superfícies que os constituem e os ambientes em que são instalados. Por outro lado, confrontar-nos-emos com a reconfiguração contemporânea de temas e práticas artísticas de Pompeia, a antiga cidade romana fundada nos finais do séc. VII a.C., fustigada pelo Vesúvio no séc. I da nossa Era. Mas também com a Pompeia de Marcel Proust, longamente evocada pelo Barão de Charlus na obra O Tempo Reencontrado, assim como outras Pompeias metafóricas, na linha daquilo que é afirmado por Moormann no livro Pompeii´s Ashes. The Reception of the Cities Buried by Vesuvius in Literature, Music and Drama.
Simultaneamente a estas evocações de fundo (Dan Graham e Pompeia), algumas das peças “conservadas” no Museu serão igualmente objecto de apropriação e inflexão pictural.”
José Quaresma