Conferência do Núcleo de Pintura
25 NOVEMBRO I SALA 3.61 I ENTRADA LIVRE
PROGRAMA
LUÍS HERBERTO
25 Novembro 2016 / 14h00-16h00 – sala 3.61
Coordenação dos Professores Hugo Ferrão e Ilídio Salteiro
Imagens Proibidas – O paradoxo das representações sexualmente explícitas
A combinação entre arte e representações explícitas do sexo explícito permite-se ainda ‘explosiva’ e paradoxalmente controversa, já que o enquadramento geográfico e cultural em que nos movemos consente diferentes abordagens para imagens desta natureza. As importantes mudanças sociais que resultaram das revoluções sociais, sobretudo a partir da década de 1960, com especial atenção para as questões da sexualidade, não permitiram uma evolução semelhante no que diz respeito à sua representação artística, de um modo geral e no espaço público institucional. A fusão entre arte e sexo pode ainda ser demasiado incómoda, oscilando a sua presença de acordo com o impacto que alguns artistas visuais conseguem imprimir nos públicos generalistas. Estes dois campos culturais tão específicos têm tanto de proximidade como subitamente se mostram antagónicos, possibilitando discursos múltiplos, o que nos leva a uma certa instabilidade no entendimento de conceitos afins, associados ao pudor, à vergonha e a reacções por vezes mais emotivas que racionais.
JOÃO GARCIA MIGUEL
25 Novembro 2016 / 16.00-18.00 horas – sala 3.61
Coordenação dos Professores Hugo Ferrão e Ilídio Salteiro
Novas Linguagens Performativas
The great events of world history are, at bottom, profoundly unimportant. In the last analysis, the essential thing is the life of the individual.
This alone makes history, here alone do the great transformations first take place, and the whole future, the whole history of the world, ultimately spring as a gigantic summation from these hidden sources in individuals.
In our most private and most subjective lives we are not only the passive witnesses of our age, and it sufferers, but also its makers. We make our own epoch.
– C.G. Jung, 1934 Collected Works 10, The Meaning of Psychology for Modern Man, para. 315
A dispersão de perspectivas sobre as quais o fenómeno da performance artística nos é apresentada hoje dificulta a sua apreensão por uma lado e exige um distanciamento valorativo abrangente. A necessidade sentidos que a actualidade exige, numa sociedade mediatizada a cada instante, impõe a descoberta de uma ou mais ordenações que no caso da performance se conjugam e conflituam. As fontes de onde brota cada gesto, cada traço na realidade estão impregnadas pelos valores de uma normatividade conjugada com a importância das experiências individual e subjectiva. O corpo e a história individual são os suportes que permeiam as novas linguagens performativas. É assim que as entendemos. Somos nós que fazemos acontecer a nossa época, onde as artes são um campo desconhecido a aceder e os artistas os mediadores do inaudito. O elemento básico de cada indivíduo, o corpo, enquanto suporte performativo tornou-se centrifugador e centralizou o valor da expressão artística, seja do ponto de vista do fazedor, seja do fruídor. É o corpo que se perspectiva enquanto substância criadora que liga e limita as coisas artísticas. O corpo do artista é reconhecido como uma força expressiva, impulso motriz para a criação de perspectivas, de simbólico e de novas linguagens. O corpo do artista contem muitos corpos dentro de si, entre os quais, o do espectador que já entrou, também, num desenho imaginário que inscreve a obra de arte nos territórios sociais.
HUGO FERRÃO
25 Novembro 2016 / 18.00-20.00 horas – sala 3.61
Coordenação dos Professores Hugo Ferrão e Ilídio Salteiro
«O Repouso de Diana de Ivo Saliger – Alegoria do triunfo do corpo»
Ivo Saliger (1894-1987), é um pintor com vasta obra produzida no âmbito da pintura e do desenho ao gosto do III Reich, tendo participado nas Exposições da Grande Arte Alemã (1937-1944). O «Repouso de Diana» (1940) é uma pintura a óleo alegórica que revela a idealização greco-romana apropriada pelo Nacional Socialismo, e simultaneamente portadora de um imaginário modelador do corpo da mulher e definidor do seu papel na sociedade (realismo romântico). Saliger, deixou-nos vestígios iconográficos intencionais que sugerem um acto iniciático feito de provas que se confirmam e são portadoras de uma mitologia que propomos interpretar gerando intertextos capazes de revelar um conjunto de referencias e fontes assumidamente inscritas na pintura como veículo de transmissão de conhecimentos e saberes considerados como princípios transcendentes aos quais só se pode aceder através de códigos capazes de alterar a própria condição humana.