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Homekeep in___________ – exposição de leonor fonseca

keep in___________ – exposição de leonor fonseca

11 > 30 MAIO I GALERIA BELAS-ARTES

Este evento é passível de ser registado e divulgado pela Faculdade através de fotografia e vídeo

Esta exposição faz parte da programação da “21ª edição Festa no Chiado”

 

Fragmentos Finais

A morte é grande.
Com o riso na boca,
Somos seus.
Quando julgamos estar no meio da vida,
A morte ousa chorar
No meio de nós.

Rainer Maria Rilke 1

Um fio, vindo do manto da Noite (Nyx), pousa sobre a pele dos retratadas. Não chega a tecer ou cerzir nada. Apenas pousa nos corpos e se funde com a sua superfície. O fio da vida imprime-se na pele, enrola-se nas mãos, na cabeça. Mantém-se. Espera pelo corte, os corpos pela Noite definitiva. E, como na fotografia, “O tempo da Luz é mensurável; mas o império da Noite é sem tempo nem espaço.” 2 Uma parca luz esquerda modela fragmentos de corpos e de tempo. Confere às imagens a sacra possibilidade da existência, encerradas em negro e estreito espaço. Planos médios curtos de figuras nuas perturbadas pela linha que lhes nega a Luz eterna amarrando-as ao negrume da Noite. Só o artifício da imagem fotográfica parece negar o trabalho de Átropos. Este fio não pode ser cortado. Esta simulação de corpos fragmentados poderá sobreviver à totalidadedos modelos, ainda que não infinitamente. Cada imagem pouco fala do seu retratado. Pouco toca o real. O conjunto, no entanto, diz muito sobre nós, sobre a autora. Das suas crenças, das suas estratégias, do seu olhar. O que nos propõe é um conjunto de retratos de referência renascentista a serem lidos na sua pontuação mas, também, nos seus intervalos. Algo sucede na passagem de uma imagem a outra. O lugar da coalescência. Espaço onde o fragmento “é sem tempo”.Onde tudo pertence de novo à morte “com o riso na boca”. E, com fios passíveis de corte, retornamos à condição de fragmentos finais.

1 Rainer Maria Rilke, “Fragmento Final”, O Livro das Imagens, Relógio D’Água, Lisboa, 2005, p.283.
2 Novalis, Os Hinos à Noite, Assírio & Alvim, Lisboa, 1988, p. 5.

 Rogério Taveira

 

Horário: 2ª a 6ª – 11h00/19h00; sáb. – 09h00/17h00 

Tags:
Mai 26 2017 · Arte, Exposições

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